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.nada poderia ser melhor

Dia 24 de maio fez três anos que meus problemas começaram.

Na verdade, não foi exatamente dia 24 de maio. Eu não saberia dizer se começaram realmente antes ou depois, mas essa data foi a mais marcante: o dia em que meu tio morreu.

As pessoas dizem que o tempo cura tudo, e com ele, a dor passa.

Eu discordo.

O tempo só torna as coisas mais difíceis.

Em 2007 eu era uma garotinha ainda inocente e ingênua de treze anos, que não pensava em garotos, nunca havia beijado ou mesmo cogitado namorar alguém e ainda brincava de bonecas. Tanta coisa mudou em três anos! No início, não foi o drama que eu pensei que fosse. Eu ainda não havia sentido o impacto, e como eu estava acostumada a não ter mais meu tio em casa (porque desde outubro de 2006 ele ficava internado, passava um tempo em casa, depois era internado de novo, aí passava um tempinho em casa, e assim em diante), mas sentia falta de suas ligações à noite. Houveram também dias que eu chegava correndo da escola e chegava praticamente derrapando no quarto, para contar algo que tinha acontecido, e quando eu olhava, lembrava que ele não estava mais lá. Que ele nunca mais estaria lá.

No final de 2007 a minha queda começou. Aos poucos fui perdendo meus interesses, não desenhava mais. Fui me distanciando dos amigos, à ponto de me isolar completamente nas férias. Em 2008, um novo ano me animou um pouco, mas foram um Natal e Ano Novo terríveis. Do Natal eu não me lembro bem, mas no Ano Novo, deu meia noite, estávamos eu e minha avó na varanda de casa, ela mais à frente e eu encostada na porta, de pijamas. Abraçamos-nos e fomos dormir.

Nenhuma palavra a mais, nenhuma palavra a menos. Na verdade, nada foi dito.

Meu aniversário de 14 anos também foi um dia difícil. Não parecia um aniversário, nem ao menos um dia comum. Foi melancólico, dramático e cinza. No dia 9 de março de 2008, não havia uma única nuvem branca no céu, estava cinza e a vista era tomada pela névoa. Foi também um dia de clássico do campeonato mineiro, Cruzeiro e Atlético Mineiro se enfrentaram no dia do meu aniversário. Eu amo futebol, e eu não sabia como e porque esse amor havia crescido, porque eu era uma “típica garota comum”, só sabia o nome do meu time, a cor dele e pronto. De alguma forma, eu sinto que meu tio está comigo quando penso, leio, ou vejo jogo de futebol. Eu sinto prazer em assistir uma partida, e já intercalei um final de semana inteiro vendo jogos. Começou com RockGol e foi passando por campeonato italiano, VT do campeonato espanhol, depois VT dos campeonatos alemão e inglês... Eu via tudo. Ainda vejo.

Mas enfim, o Clássico só me deixou pior.

O Cruzeiro jogou terrivelmente e o Atlético teve um gol anulado. “Um empate”, eu pensava. “Não foi tão ruim”. Mas a cada jogada, era como se fosse um soco no estômago. Eu passei o jogo em silêncio. Chorei sozinha em meu quarto e, assim como o dia inteiro, também passei a noite sem a companhia de ninguém.

Eu só ia piorando e, quando minha tia percebeu que nem no computador eu ficava mais, ela acionou o estado de alerta. Foi quando eu finalmente fui diagnosticada com Depressão profunda, inclusive com tendências suicidas. Mas isso é assunto pra outro post.

Eu não tenho vergonha de admitir que faço controle psiquiátrico (sim, com uma psiquiatra) de dois em dois meses (antes era todo mês, mas agora que eu voltei a conseguir dormir, o intervalo pôde ser maior), tomo três antidepressivos e inclusive remédios para dormir.

E sim, tenho 16 anos, sou dopada, perdi meus sonhos e não tenho mais perspectiva de vida.

Nada poderia ser melhor.

.dreams


.conto retirado de um perfil de Orkut, com autorização do dono.


E quem já não jurou amor ou fidelidade eterna? E quem irá dizer que somos loucos? E quem irá dizer que não? Quem irá dizer que não há razão nas frases ditas pelo coração? Quem irá dizer que não há? São nessas questões em que eu me encontrava, em meio a solidão, despejado em um mundo sem amor e sem luz. Eu estava sonhando, ou melhor tendo um pesadelo que se transformaria em sonho. No meu "pesadelo-sonho" eu estava sozinho e encolhido em um quarto escuro, sozinho em meus pensamentos, sozinho em meu mundo de solidão, sozinho para a vida eterna(?). Eu tremia, nada normal para um vampiro não acham? Só não suava por meu metabolismo estar parado no tempo. Só não chorei porquê, meu corpo não podia produzir lágrimas, ele não podia fazer nenhuma mudança. A cada momento a escuridão me corroía mais, destruindo-me em pedaços, me cortando em fileiras como se eu fosse um mero pedaço de carne que a saciava, me sentia despejado, a pior sensação do mundo. Ela fazia questão de me lembrar meus momentos felizes, os beijos, os carinhos, as mãos dadas - Não,não! - eu gritei como louco levando minha mão a cabeça - PARAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! - exclamei ficando de joelhos e gritando ainda, ela gostava de me fazer sofrer, me ver "rolar" de dor, mais por dentro e não por fora, ela queria me destruir por dentro. Ela mostrou um última cena, que foi a fatal para mim - Eu só quero ser feliz, só isso. Só quero encontrar alguém que me valorize, sem amor nada sou. Nada, é o que me define, nada. - e de repente o meu "quarto da escuridão", ficou de um branco vivo que doeu meus olhos, um branco bem chamativo por sinal. E do nada eu vi surgindo, como o pó uma pessoa, a personificação do amor, logo eu pude ver, ela não tinha sexo nem nada era apenas o meu sentimento, o meu amor interior - Por favor, me desculpe pela dor que a escuridão lhe fez sofrer - disse ele com um sorriso na voz, eu não podia ver seu rosto, ele ou ela não tinha. A personificação me estendeu a mão, eu enxuguei rapidamente as lágrimas que não tinha e entreguei minha mão a ela. De repente o tempo parou, e eu estava em outro lugar, e naquele lugar, eu tinha alguém, eu era feliz, como eu nunca imaginei que seria. Mais logo a imagem se foi e meu quarto branco vivo voltou - O que foi aquilo? - perguntei intrigado, e ela ou ele respondeu - Seu futuro. Agora, eu quero que você saia daqui e vá ser feliz, não te quero mais ver na solidão, vá e ache alguém que te ame pelo o que é. Vá. - Disse ela. E do nada eu acordei, agora na minha vida real saindo do sono, só agora que eu havia entendido, a solidão era parte de mim, eu estava me martilizando e o amor, ah o amor, ele me salvou. Eu sempre fui o culpado de tudo. Mais quem comprovará que meu sonho foi real, e quem comprovará que não foi? Quem irá me salvar desse mundo, e de repente eu novamente estava afogado em minha própria "morte interna". Meu quarto foi iluminado e logo a personificação do amor surgiu novamente - Acredite no amor, ele é capaz - ao acabar sua frase ela desapareceu novamente. Eu realmente não estava em um sonho agora, agora tudo era real. Pela primeira vez em meses eu sorri, com a esperança de ser feliz como eu serei no futuro, como num sonho, esse é o desejo de todos, viver um sonho.

.e quando formos nós?

Hoje eu li um texto escrito pela minha avó, e eu me senti culpada.

Senti-me culpada pela forma que eu falo com ela às vezes, pela maneira que a trato, por discussões, brigas e palavras idiotas que já a fiz ouvir.

Por isso tenho raiva de mim; e tenho medo. Medo do agora e do depois.

Eu postei o que ela escreveu em um lugar (Cappie, me desculpe pelo link aqui!), e o meu medo é que, no futuro, nós estaremos no lugar deles.

Não, o medo não é do envelhecimento em si, mas das pessoas. Se hoje a maioria de nós trata os idosos estupidamente, às vezes até os negligenciando, como será conosco?

Deve ser horrível você dedicar sua vida para uma pessoa, e quando ela já tiver idade e tamanho o suficiente para se virar sozinha, ela te larga num lugar qualquer, sem carinho ou contato com a família; isso é... Inadmissível. Justamente quando você precisa dela! Justamente quando você mais precisa dela...

Eu não sou uma completa estúpida com os mais velhos, disso, acho que posso me orgulhar.

Por ter sido criada por minha avó, eu tenho o máximo de respeito possível. Mas isso não significa que eu, sem querer, machuque a pessoa que mais amo: ela. Ela que cuidou de mim; e cuida até hoje, sem ter obrigação alguma, pois ela poderia ter me largado em uma casa de adoção, tendo em vista que ninguém me queria.

Pensar nisso me dá vontade de chorar.

Como temos coragem de fazer isso? Eu não perdoaria meu pai se ele resolvesse mandar minha avó pra longe. Ela precisa de mim. Ela precisa de nós.

Eu acho esse um assunto importante, e um grande alerta também. Aí fica a pergunta e a dúvida: E quando formos nós?

.descrições

Amor é teoricamente química. Se baseia em algumas coisas relacionadas ao olfato e ao sexo. Isso do lado cientifico, claro. Amor é perdoar a pessoa que ama antes mesmo dela nos magoar. É entender que nada é pra sempre, mas se esforçar ao máximo para que mesmo assim seja. É confusão em todos os momentos. É ser amigo e também ter um. É odiar, simplesmente por não conseguir parar de amar. É agüentar a saudade de minutos, dias ou anos, e apenas querer mais e mais, não importando os problemas e as dificuldades para se ter e ao ter quem amamos.

Paixão é desejo. É uma forma de amar, porém com aquele tão excitante fogo. É o querer, porém querer perto, para se sentir, para tentar compreender essa tão profunda necessidade. Necessidade de se ter. Simplesmente é buscar o intenso, e multiplicá-lo o quanto conseguimos. É se sentir bem ao fazer outra pessoa ficar bem.

Porém como já disse, chega o fim. E são lágrimas e caras tristes. São perguntas com respostas que não queremos ouvir. Tentamos nos esquecer então de quando dissemos em vão que era pra sempre. Sofremos mais que o máximo que nossos corações e nossas mentes conseguiriam agüentar. Dor, sofrimento, depressão. Achamos que nunca mais seremos amados. E prometemos que não mais iremos amar. Então os velhos sentimentos voltam. O maldito anjinho com asas e uma ridícula flecha do amor nos mira, nos acerta, e nos faz esquecer todos os gritos de agonia que até então estávamos soltando. Encontramos então um novo alguém, sem percebermos estamos apaixonados e quando damos por nós mesmos já estamos trocando um “eu te amo” e estúpidas outras juras de amor.

Não sei porque o ser humano é assim, necessita de amar e de sofrer. Infelizmente sou dessa sub-espécie, então não consigo fugir deste ciclo vicioso, e acho que nem o quero.

.amor de novela


Eu queria sabe... Só por alguns minutos que seja, ou algumas horas... Viver aquele amor de novela. Aquelas paixões loucas e arrebatadores, aquelas lindas frases ditas par serem gravadas e não jogadas ao vento, passear de mãos dadas no meio da rua, rindo, feliz. Sair para aquele tal lugar e brigar com o garoto que ta dando em cima dela. Dar aqueles beijos de deixar sem fôlego até quem olha. Fazer aquela cena de ciume que ficará gravada na mente. Enfim... Queria alguém. Alguém que me fizesse feliz, me mostrasse outra perspectiva do mundo... Alguém que seria o meu porto seguro que me seguraria quando eu caísse, alguém que me sustentaria quando precisasse. Eu queria um vida. Sim, uma vida. Uma vida de amor e ódio, um namoro de tapas e beijos, um amor de loucuras e derrotas. Na verdade mesmo... Eu queria era você.

.I thank you all

Talvez eu não devesse ter vindo direto aqui, eu poderia ter ido direto ao dono do blog, mas não sei por que, quem sabe uma despedida e um aviso único não será tão ruim?

Primeiro de tudo, eu gostaria de agradecer ao Cappie pela oportunidade, sem o consentimento dele eu não poderia nunca ter participado de algo tão maravilhoso quanto este blog. – é o que eu penso. Sei que muitas pessoas leem e se identificam, e sei também que ajuda bastante os garotos de alguma forma. Desde cedo eu aprendi a nunca pensar só em um lado da história e, mesmo quando envolve a mim, mais tarde, quando tudo melhora e eu já estou bem, eu costumo pensar no outro lado, nos motivos da pessoa e, apesar de eu não me desculpar ou assumir meu erro, eu sei quando fui injusta ou não. Eu desviei do assunto, mas o que eu quis dizer é que quando Cappie e Erik Vinícius expressam seus sentimentos, se abrem e expõem seus pensamentos, nós podemos entender o lado deles. Não dá pra ficar pra sempre no “homem não presta” e “homem é tudo igual”, porque somos todos seres humanos, e assim como existem homens que não prestam, existem mulheres que são triplamente piores também. Acho que continuo sem chegar a um ponto, mas acho que deu para entender. Ou não, né.

E depois, acho que eu não me encaixei bem no perfil do blog.

Eu achava que era mais do que sou, me decepcionei comigo mesma. Mas foi bom! Eu fiquei magoada com as primeiras críticas, mas, oi! É o mundo real! Tenho de que me acostumar com isso.

Mas o motivo de eu estar saindo não são as críticas, pelo contrário, elas poderiam me ajudar a crescer. Mas como eu já me expressei antes, eu não me encaixo aqui. Quem sabe algum dia eu não volte? Claro, se o Cappie permitir, mas não é a hora.

Eu ainda tenho muito a “aprender”, digamos assim.

Mas agradeço a todos que leram meus textos, desde a minha horrível sem privacidade até meu incrivelmente não original conto.

Obrigada!

Beijos,

Jade.

.pequenos textos

Certo, eu escrevi alguns textos, que se for postar cada um em posts diferentes, os posts ficarão mínimos. Então vou postar todos no mesmo post, q. bye :*

.pesadelos concretizados

Não dá mais para esperar nenhum segundo. Será que é assim pra todo mundo? E é tão difícil ter que aceitar, que o dia eu mais quero pode não chegar. Eu sei que é difícil você realmente querer me conhecer, mas eu queria que você tivesse esse desejo. A única coisa que eu realmente quero é te fazer feliz. Pode ser que um dia tudo acabe bem. Ou não, pode ser que meus pesadelos se concretizem e então lágrimas comecem a jorrar. Eu sei, estou sendo melodramático novamente. Porém tudo está demorando, você demonstra confusão, e eu fico também confuso assim. Não sei o que você quer, isso se realmente quer alguma coisa. Apenas vou te pedir, que quando souber o que deseja, me diga. Sei que as chances de você me querer são mínimas. Mas se você ficar comigo, vou te fazer feliz. E eu geralmente consigo realizar minhas promessas. Eu sei, você vai dizer que é algo novo para você, mas a vida é assim, novas decisões e novas situações a cada momento.

.bang-bang

Eu sei que deve ser difícil pra você acreditar em tudo aquilo que vou te falar. Eu só tenho a verdade pra me defender, e para a maioria das pessoas é algo ridículo, iludido, que não se deve valor, pois todos sabem dizer isso que estou falando agora. Mas as pessoas não sabem, que em um filme sem você eu sou figurante, sem destino e sem história. Que meu coração usa como forças, a vontade de te ter. Que minha mente escreve em minhas pálpebras, em todas as vezes que fecho os olhos, o seu nome. Você deve pensar que na verdade eu sou como qualquer outro. Comum, simples, sem nada de especial. Mas não percebeu, que mesmo com uma prece, mesmo se eu quisesse, eu conseguiria te esquecer. Pode ser ridículo, mas eu quero ter seu coração. Eu sei, é algo estranho, é algo diferente. Mas o certo não vai me deixar te ter.

.não pode terminar assim

Partiu meu coração em dois quando disse aquilo. O brilho em meu olhar se apagou, tive vontade de apenas chorar, de partir sem nem ao menos dar adeus. Os sonhos que eu tinha se extinguiram, quando você citou aquelas palavras. Eu sei que vacilei demais, mas eu te quero, eu preciso do seu calor, me dê outra chance. Não pode estar escrito, que nascemos um para o outro. Porém esse sentimento que eu tenho, não pode terminar assim. Eu quero viver feliz, te fazer feliz, fazer as coisas boas e ruins com você, mas não sei se o destino vai ficar do meu lado. Sinto que quando for te ver, meu coração vai explodir. Explodir por perceber que te tenho, ou por entender que jamais vou te ter. Eu sei, nesse momento eu terei que começar a pegar os pedaços dele no chão, tentar concertá-lo rápido. Você disse que não era garantido que tenhamos alguma coisa, e eu apenas disse que tudo bem por mim. Apenas espero que quando meu coração for ficar inteiro novamente, consiga alguém para segurá-lo, e tomar conta para que não exploda novamente.

. the real problem

Talvez eu seja o problema, talvez eu seja o único que causa a minha própria tristeza. Mas mesmo quando estou de cabeça baixa, eu consigo sentir que minha tristeza é causada também pelos outros. Mas talvez eu seja idiota, talvez eu não tenha sorte. Talvez tudo o que acontece comigo, é porque eu faço com que aconteçam. Tudo no mundo está diretamente ligado a outra coisa no mundo. Talvez indiretamente, só talvez. Mas eu estive pensando, em todo mundo, e percebo que todo mundo está tão triste. Ninguém realmente consegue dizer que está feliz, se diz, ou está em um raro momento da vida ou está mentindo. Todos se sentem sozinhos, traídos, não amados. Odiados. Mas eu não ligo, apenas me preocupo com o meu estado de espírito, e o meu estado de espírito não anda nada bem. O que quero é ser feliz, quero que tudo se ajeite, porém sei que até o final de minha vida, os momentos de felicidade serão raros.

.sentimentos confusos

Todo mundo morre. Todo mundo ama uma briga. Nada é bom, nada é realmente perdoável. Independente de matar um filho, ou matar alguém que queria nos matar. Todos tentam fazer com que a vida seja perfeita. Nem que para isso seja preciso deixar o outro na sarjeta. E o impressionante é que deixamos. Nos perguntamos depois porque as pessoas que antes sorriam choram. Não conseguimos entender que a causa para tudo de ruim acontecer no mundo, é porque não temos vontade de deixá-las boas. Não queremos realmente que os outros sejam felizes, apenas que nós sejamos. Felicidade é algo relativo, eu posso estar mais feliz agora do que estava a um segundo atrás. Tristeza é algo eterno, nunca acaba. Amor é um sentimento eterno, porém facilmente esquecido. Ódio é estranho, porém também é amor. Me digam, quem consegue entender os sentimentos? Talvez seja por isso, que todos eles sejam literalmente indescritíveis. As pessoas sabem o que eles são, porém na conseguem dizer com palavras. Ou frases. Até mesmo com músicas ou filmes. Eles conseguem transmitir os sentimentos, porém não conseguem fazer com que as pessoas sintam exatamente aquilo que queriam transmitir.

.até

Bem, parece que pessoas que não deveriam ter lido os meus posts leram. O blog não é mais seguro para mim. Não me sinto confortável escrevendo sobre o que penso e sinto, com pessoas que eu conheço me julgando e me vendo com outros olhos, agora que sabem uma pequena fração do que passa pela minha cabeça nos tempos vagos.
Obrigado por lerem, pelo seu tempo, atenção, comentários, e blá blá blá.

Até. Ou não...

.imaginação ou paranoia?

Bom, pode parecer idiota – na verdade, é. –, mas eu tenho uma mania que eu não entendo o porquê de tê-la, o que desencadeou isso e ao menos se existem outras pessoas com a mesma “mania”.
80% das vezes em que eu me distraio, esteja onde eu estiver, seja dentro de algum lugar, em casa, no ônibus, no carro, andando na rua, eu penso em inúmeras formas de me acidentar, as chances de acontecer, acidentes fatais, maneiras de sair viva, muito machucada ou não, e até vezes de sair ilesa.

Por exemplo:
Estou dentro do transporte escolar, e estamos parados no sinal vermelho. Estamos prestes a cruzar uma avenida e eu penso nas probabilidades de algum carro bater na esquerda da van (que é “curiosamente”, onde eu me sento, perto da janela). Eu penso nos lugares que atingiria, a quantidade de feridos, se haveria alguma fatalidade, o quão estragado o carro ficaria, o quanto eu me machucaria, coisas idiotas assim.
Também já pensei várias vezes caso um ônibus tombasse. Se caísse pro meu lado, se eu ficaria muito machucada com o vidro quebrado e eu deitada nele, se alguém caísse em mim, se eu quebraria algum osso, ou se o ônibus tombasse pro outro lado, que eu acho que eu me machucaria mais, porque eu cairia e poderia bater violentamente em algum banco ou coisa pior.
Cara, não pode ser imaginação. Se for, wow, eu sou uma pessoa muito perturbada. É paranóia, não é? Só pode ser. Eu acho que não sou tão perturbada assim, talvez eu seja mesmo paranóica. Não, talvez não! Eu sou. E para ser sincera, eu nunca compartilhei isso com ninguém.
Eu sei que, quem ler vai marcar como idiota, mas eu gostaria de comentários sobre. Não, não é pra inflar meu ego; passa até longe. Eu gostaria de saber a opinião das pessoas sobre isso, e claro, se existem pessoas (bom, eu sei que existem. A diferença é que eu não as encontro) com a mesma paranóia que eu.
É, talvez eu seja mais estranha do que vocês possam ter imaginado.

(De acordo com a nova regra ortográfica, a palavra “paranóia” não possui mais o acento agudo na letra “o”. Porém, o texto foi redigido no Word, que automaticamente conserta os erros. Manti o título sem acento porque é o correto, porém no texto verão que eu deixei da forma que ele “quis”. Obrigada).

.sem depressão, apenas ilusão

Haha, título tosco. Eu sei. Bem, o Vinícius me perguntou do que eu cansei no MSN. Simples, me cansei de guardar esses últimos textos postados apenas para mim. Eles estavam salvos em um Word, e eu apenas iria postá-los daqui a muito tempo. Sim, eu sei que a pessoa que eu gosto lê essa merda de blog, e que ela poderia muito bem entrar aqui por acaso e ler todas essas coisas ridículas que eu falei. Tudo bem, eu acho que não ligo mais para isso. Estou cansado dessa coisinha de esconder o que sinto, para que apenas eu fique com os pensamentos tristes. Quero que todos leiam, que todos sintam a minha dor se possível, e que até mesmo seus olhos lacrimejem e ameacem aumentar o nível de água salgada do mar. Tá, eu sei que estou começando a exagerar.

Mas eu sou assim, um garoto cheio de exageros, compulsões e dramas. Ah, adoro os dramas! Parece que nada no mundo tem graça, a não ser que eu faça um grande drama. Porém existem os dramas tristes, e isso não é lá algo que eu aprecie passar por. Dizem que passar por essas decepções fazem a gente crescer. Ó eu crescendo! Eu continuo com os mesmos pensamentos, depressivos no momento, porém infantis. Eu simplesmente ainda não consigo acompanhar a linha de raciocínio que diz que a pessoa que eu gosto, queria me ver até alguns minutos atrás, mas agora parece não estar interessada. EU SEI, eu posso estar distorcendo tudo novamente! Porém agora eu já estou cansado, e se não estiver distorcendo, se tudo for realmente apenas um “adiamento”, a pessoa vai ler esse texto, e vai rir, porque já sabe que eu sou dramático.

Eu sei, eu espero que seja um breve adiamento, essa pessoa disse que apenas queria descansar, se recuperar dos estudos. Mas algo me diz que é apenas uma desculpa, e eu já estou começando a me acostumar com elas. Se a pessoa não quer mais me ver, tenho que respeitar, nem sequer pergunto um porque, eu sabia que iria acabar acontecendo. Eu sei que não sou lá alguém atraente, interessante ou até mesmo legal. Eu me considero chato, estranho, feio, horrível, tenebroso. Tá, parei. A pessoa não me deve explicações do porque não quer mais se encontrar comigo, mas me deve explicações sobre o porquê de ter adiado tanto assim tudo. Eu apenas me iludi mais, mas ao menos me esqueci aquela pessoa que namorava antes. Ah sim, se lembram daquele período de depressão? Bem, eu esqueci, então não me façam recordar!

O triste é que eu pedi para um hippie para tatuar o nome dessa pessoa (na verdade o apelido, e em códigos que quase ninguém conhece) em um certo lugar do meu corpo. Não vou falar o lugar, poderia ser um lugar bem simples na verdade, e a razão de não falar é que pessoas poderiam perguntar onde é, e cismarem de querer ver. Meu corpo precisa de certa privacidade. Mas o porém, é que eu sinto aquele nome arder na minha pele, dando a sensação de que a lembrança de que tudo deu errado de novo, nunca vai me abandonar. Eu sei, agora parecia diferente, mas para nós, em todas às vezes parece. Também juramos para nossos amores que é para sempre. Que amamos mais que tudo. Mais que todos. Com todas as forças. Eterna necessidade de nos iludirmos. Nossa, escrevi muito. Pois é, internet caiu, então não tenho mais nada o que fazer, haha.

Texto escrito dia 11/04/2010, às 23:47.

.não existe o final feliz

Tudo aquilo que eu disse nos postes anteriores, TUDO mesmo, agora parecem não significar mais nada. Pois é, as coisas mudam de rumo em poucos segundos. Ah, eu sei que eu postei muito ultimamente, mas eu criei esse blog para postar mesmo, não me importa se apenas eu posto, eu vou continuar postando e os outros autores daqui que se fodam.

Um simples cansaço pode acabar com tudo, e eu não consigo entender como. Estava iludido, isso eu sei e vocês também, caso tenham lido meus ridículos textos recém escritos. Porém eu às vezes chego a me desiludir rápido de mais, um exemplo é exatamente o caso de agora. Certo, a pessoa simplesmente está “adiando” ou como ela diz “não confirmando” que vamos sair sexta. Tudo bem, sério, eu só passei a última semana pensando nisso. Esperando isso. Desejando isso.

Mas não é minha culpa se é sempre assim, ou pelos menos se na maioria das vezes. Eu não posso controlar tudo a minha volta, não posso fazer quem eu gosto gostar de mim, e por isso eu já tenho a minha depressão antes de realmente chegar o fim, para fingir estar forte na frente da pessoa. Mas na verdade eu continuo a ficar um pouco mal. Na verdade eu estou muito mal, mas finjamos que estou sorrindo e sem me importar com o que está acontecendo. Maldita a hora em que eu coloquei o link do blog no sub do MSN. Agora a pessoa pode ler, e espero que não leia.

Certo, o último texto postado eu só ia postar na sexta, ou sábado, mas como não vai mais acontecer, não tenho motivo para esconder um sentimento tão... Sem comentários. Bem, agora eu me considero tolo, mais tolo do que sempre. Ainda mais, porque é a primeira vez em muito tempo que eu me interesso tanto assim por uma pessoa que não está em outro estado. Eu sei que tenho namorado muito a distância, e dessa vez realmente sonhei que ficaria com alguém do meu lado. Eu já disse que não baseio minhas relações em beijos e abraços, pois isso torna a relação supérflua. Mas são coisas boas, e coisas que eu quero mesmo assim.

Eu já falei aqui mil vezes que sou criança, impulsivo e mega ridículo, então não quero nem saber se vocês acham estúpido eu falar isso. Porém eu sinceramente, quero mandar a pessoa ir tomar no cu, principalmente porque HOJE, ela me disse que sexta ainda estava de pé. Agora eu me pergunto, aonde está o “eu não vou desistir” que ela me disse.

Eu sei que desabafando aqui é uma péssima maneira de agir, mas é a que eu mais gosto.

.verbo to be

Certo, eu escrevi altos textos recentemente. Tipo, muitos mesmo. Sabe, eu ultimamente estava muito depressivo, riscando o braço inteiro, olhando para facas com pensamentos de... Bem, eu realmente estava um lixo. Mas valia a pena? Na verdade ainda não sei. Na verdade em certo ponto de vista, não valia. Eu estava triste por causa de coisas que eu nem havia entendido direito, estava triste principalmente pela mania eterna de minha mente querer permanecer em depressão. Eu ainda acredito que meu fim não vai ser feliz. Mas ainda estou na trajetória, o que pode muito bem significar que apenas o meu fim será terrível.

Quero morrer sofrendo, já falei isso, porém agora eu estou feliz, então pensamentos positivos! Motivo da felicidade? Uma frase: “Eu não vou desistir.” O melhor de tudo é que a frase nem foi dia por mim. Sim, eu sei que estou me precipitando, mas não se preocupem, eu não vou me decepcionar, mesmo que a pessoa que eu goste fique comigo. O que é meu, vai ficar comigo, o que não é meu, vai voar pelo céu azul, q.

Não quero nada preso a mim, bem, na verdade quero sim. Mas se algo tem que ser livre, então é direito desse algo ser livre. Verbo to be, sabem? Ser e estar.

Agora eu me pergunto: como será a minha trajetória? Não sei, espero que seja boa. Caso não seja, darei um jeito de disfarçar para o resto do mundo, porém aqui nesse blog continuarei dizendo a verdade sobre como estou e como estou me sentindo. O objetivo inicial dele é esse, e assim permanecerá.

Ah, assunto .off rapidão. Eu sei, estão entrando alguns autores... Na verdade antes estávamos eu e o Erik, e agora estão também o Godô (Vinícius) e a Joy (ou Tu). Caso achem que essa idéia de novos autores está fazendo com que tudo fique ruim, avisem, eu na verdade ainda estou tentando me acostumar. Muitos autores podem gerar muitos problemas. Mas estamos em fase de testes, caso eu decida que eles sairão do blog, vocês perceberão. Só isso, apenas queria avisar de forma rápida caso vejam novas cores no blog, rs.

.3am

Eu queria poder entender o que está acontecendo. Digo, está tudo igual, é o mesmo sentimento e a pessoa se enquadra mais ou menos com as outras pessoas. Está tudo igual! Porém muito diferente. Eu simplesmente acordei às 3 da manhã com pensamentos o bastante para escrever um livro. Porém me contive, apenas escrevi textos, 10 textos, descritos com um sentimento que possui muita esperança de não ser reconhecido. Sim, eu já estou envergonhado disso tudo. Falar com a pessoa que eu estou gostando, e quase ter certeza de que ela apenas quer ficar comigo para ter uma rápida experiência.

Bem, eu estou escrevendo agora em uma folha de um caderno exclusivo para textos. Estou na escola, plena aula de geog. Parece que estou escrevendo em um diário, porem possuo a consciência de que muitas pessoas em breve vão ler isso. Podem contar os últimos 10 textos que eu postei. Eu tentei não postar todos de uma vez, seria estranho. Na verdade acho que vou demorar a postar este texto que está sendo escrito agora. (Hoje é dia 06/05.10). Estou com muita vergonha. A pessoa de que estou gostando lê esse blog. Entendeu agora?

Bem, vamos continuar com os pensamentos que não são tão profundos assim. Eu virei para um amigo meu e o perguntei por que ele ficava, ou insistia em ficar com certa menina. Ele simplesmente respondeu “Porque eu gostava dela.” É uma boa razão? Eu devia ficar com a pessoa, simplesmente porque gosto dela, e sabendo que poderei me magoar? Já sofro tanto ultimamente, as coisas parecem não estar indo nada bem para mim. Ah, me lembrei de uma coisa que queria comentar.

Sabem o nosso lado do bem e o nosso lado do mal? Sabem o anjinho e o capetinha que aparecem em nossos ombros nos ajudando a decidir sobre o que fazer? Eles deveriam existir realmente, porém sobre outra forma. A decisão de fazer algo no sentido de “mal e bem” é facilmente tomada por qualquer um. Querem saber realmente um tema que deveria ter até mesmo mais que dois conselheiros? Acho que não preciso nem dizer. Fala sério, é o assunto mais confuso que existe. Não sabemos o que fazer, nem como agir. Chegamos a achar em certos momentos mais fácil a pergunta “Ser ou não ser?”.

Eu não sorri hoje até agora. Não paro de ter pensamentos que me fazem sentir a cabeça ficar mais pesada. Meu deus, Maria, José e Jesus. Nem pedindo ajuda a estes minha cabeça melhora. Estou sem fome, sono ou felicidade. E os pensamentos confusos continuam...

Quando eu conversei com a pessoa que eu estou gostando, ela realmente parecia interessada. Eu achei até estranho, mas me alegrei. Porém certa pessoa fala que eu distorço tudo o que escuto. Então me pergunto se realmente li e entendi o que a pessoa queria que eu entendesse. Tenho medo de na verdade só ter outra experiência momentânea que depois não vai levar a nada. Eu sei, parece ruim isso, porém existe o outro lado da moeda.

Se eu distorço tudo, então quer dizer que na verdade essa pessoa realmente gosta de mim, já que eu estou com o pensamento de que não gosta. Bem, eu sinceramente e esperançosamente desejo que goste. Mas vamos ficar juntos pelo menos por algumas horas. Não sei se vai ser um tempo bom, vai ser na verdade um tempo de testes. O ruim é que eu temo não passar nesses testes. Rezo que consiga ter a pessoa comigo, para mim, porém sou tão iludido.

Eu já até mesmo sonhei com essa pessoa. Na verdade eu sonhei com ela na mesma noite em que eu a conheci. Acha isso normal? Eu não! Isso nunca aconteceu, e agora eu já percebo que estou gostando e muito dessa pessoa. O bom (ou ruim) é que esta pessoa já sabe que eu gosto dela. E eu tenho sonho que ela goste de mim.

Eu sei que eu sou uma criança. Também sei que sou um romântico, a pessoa mesmo disse. Amor para mim é algo sério, eu não gosto lá muito de arriscar, porém eu tenho que arriscar. Porque com a tentativa existe a possibilidade de conseguir, de possuir. Por menor que seja essa possibilidade, ela está lá. E eu tento pensar em maneiras de conseguir fazer essa chance aumentar. Eu poderia postar este texto hoje, por exemplo, seria baixaria, mas a pessoa ao menos ficaria encantada. Nossa, eu realmente gosto muito dessa pessoa. Sou ridículo, eu sei.

Bem, eu já estou viciando em desabafar aqui, mas eu me sinto bem com isso, e é bom para vocês verem que não são apenas vocês que possuem problemas. Eu tenho os meus, e eu não conto nem 1% deles aqui. Apenas conto aqueles que eu sinto vontade de comentar. Bem, melhor parar com esse desabafo, já fui ridículo o bastante nessas 812 palavras.

.como será o seu fim

Este é o ano novo, ou apenas uma nova noite? Um novo medo ou um novo pensamento? Uma nova guerra ou apenas um novo desespero? Isto é o que eles chamam de medo, o que chamam de dor. É isso o que chamam de descontentamento. Mas todos sabiam que esse dia iria chegar, o dia em que tudo de bom acabaria. Corações quebrados, pernas quebradas, pessoas mortas em caixões. Você disse que não queria que esse dia chegasse, que tinha medo sobre o que te esperava. Mas você não pode mais se esconder atrás da perna do seu pai, isso não é um cachorro rosnando para você. Não existe mais nada para salvar do passado. Não tem mais ninguém para te ouvir. Não existe nem ao menos o por do sol no fim do dia. E sabíamos que seria em um dia desses. O dia em que para nós o céu caísse. E a fome o desespero de milhões fossem finalmente ouvidos por nós. Eu sei que você está descontente, e que quer ir para casa. Mas você está caindo, assim como um castelo de cartas. E será em um dia desses quando o céu cair, que o seu fim chegará. Nada mais resta, nem ao menos para se dizer. Nem a vontade antiga de beijar ao inimigo. Então a morte irá te achar, escondida embaixo da sombra da lua. Pois não existe nenhum outro lugar em que queira esperar pelo fim. E nada está bem, pois o céu está caindo. O seu céu está caindo. A sua vida está no fim, e por pena, a morte te consumirá.

.let that be enough

Queria ter o que desejo. Queria que isso fosse apenas meu. Porque eu me sinto tão magoado. Porque eu me sinto sozinho. E todo o resto parece tão feliz, e eu não tenho planos, de como ser assim. De como ser assim embaixo do sol, na terra do nunca. E tudo o que eu posso ver é o que eu não tenho, mas que poderia me deixar feliz. E todo o tempo que passa, é o que eu planejo sem realmente agir, sobre como te ter. Deixe-me saber que me escuta. Saber o seu toque. Saber que me ama. E que tudo isso é o bastante.

.meus defeitos

Esse meu jeito criança de ser, essa minha forma irritante de sempre fazer aquilo que menos agrada. Tenho o terrível vicio de pedir abraços, de me abrir para pessoas pouco ou nada conhecidas. Tenho também a mania de querer irritar quando estou com tédio. Também gosto de rir de lembranças, então não se irrite quando eu começar a rir do nada. Ah, sinto também às vezes uma pequena tristeza momentânea, e vou pedir a você para que apenas fique ao meu lado, fazendo carinhos ou não. Também vou pedir para segurar sua mão, mas não se preocupe, vai ser em lugares em que ninguém possa ver. Também não gosto desses comentários ridículos. Apenas te lembrando, vou fugir de seus beijos no início, já expliquei o porquê. Apenas confirmando, sou uma pessoa ridícula, criança, e que sonha que um dia realmente vai ficar com você. Mas me enganei.

.quero ser seu, para sua infelicidade

Eu queria ser aquela pessoa. Aquela que sempre vai te fazer feliz, que sempre vai ter o melhor sorriso e o melhor abraço para você. Sei que é difícil, e que praticamente estou pedindo para que me ame. Porém eu preciso disso, porra. Não agüento mais essa eterna solidão e sofrimento, que fazem com que minhas noites sejam solitárias e que meus dias sejam depressivos. Eu preciso que você diga a cada segundo do dia que me ama, para que fique feliz. Eu direi também para que você fique feliz, até que você chegue a se cansar disso. Porém te peço que antes que se canse me avise para que eu pare. Fique dias ou semanas sem dizer que te amo, até que você esteja em desespero para ouvir novamente. E vou dizer, e você vai ficar feliz. Mas existem alguns problemas antes...

Um. Você sabe se eu existo? Dois. Se souber, você algum dia já pensou em ficar comigo? Três. Se já pensou em ficar comigo, porque não fica? Quatro. Vai me perdoar algum dia por ser tão ridículo?

.reze duas ou três vezes

Confesse seus pecados, reze duas vezes ou até mesmo três por dia. Diga a um ser que nunca deu as caras todos os seus problemas, e peça para que ele os concerte. Então durma, esperando que o dia seguinte seja melhor. O que fazer quando acordar então? Reze de novo, pedindo para que o resto dia seja melhor do que o início, na qual um barulho infernal te acorda para iniciar um terrível turno de trabalho ou escola. No almoço, coma coisas que você não gosta, porém que médicos e nutricionistas dizem necessárias à saúde. Ou então nem coma, decida que precisa emagrecer. Durante a tarde, volte a trabalhar ou estudar como escravo. Então a noite chegue em casa, coma algo qualquer esquentado pelo microondas, assista televisão, com falsas histórias de amor, mas que possuem finais felizes, e então vá para seu quarto. Se ajoelhe, confesse seus pecados, reze duas vezes ou até mesmo três...

.o que fiz para merecer ser feliz?

Parece que o céu está caindo de novo. Eu choro e caio, e sinto que ácido e lágrimas estão correndo de meus olhos até meus joelhos. Sim, às vezes quando tudo para mim está bem, do nada fica ruim também. Por quê? Eu simplesmente tenho essa necessidade contínua de querer sofrer. Não sinto que devo ser feliz. Mas não pense que eu não quero ser feliz, não estamos falando sobre isso.

O que eu fiz de especial para merecer ser feliz? Tantas pessoas que ajudam ao mundo, mas mesmo assim não alcançam a plena felicidade. Porque eu, que apenas penso em mim mesmo e em poucas pessoas ao meu redor deveria obter uma das coisas mais desejadas do mundo? Não sei, mas acha que eu ligo? Ainda continuo a desejar a felicidade.

Porém ambos sabemos que ela é algo difícil de conseguir. Ela precisa da conclusão de vários fatores, às vezes fatores que não conseguimos controlar. E então nossa felicidade fica lançada ao destino. Tentamos viver de forma simples assim, tentando traçar o nosso destino. Tentamos então controlar tudo e todos que estão a nossa volta para que consigamos a felicidade. Porém aí, em minha opinião, já seria uma felicidade não plenamente verdadeira. Não quero controlar a tudo para poder ser feliz. Quero ser feliz simplesmente porque coisas boas acontecem ao acaso. Estamos falando de sorte? Acho que sim. Nossa, como ando reflexivo ultimamente...

.sentir na pele o que ninguém mais quer sentir

Eu tenho um plano para que perder tudo. Poder sentir na pele como é ser um esquecido, rejeitado e excluído pela sociedade. Então eu vou dizer ao mundo que não é uma coisa boa o que fazem com as pessoas. E não estou falando sobre o que você faz com um mendigo, estou falando também sobre o que você faz com uma pessoa da sua própria classe social. Vocês deveriam ter amor pelo menos com o próximo, eu acho. Mas não temos, não ligamos para o próximo. Por quê? Não nos interessa se alguém está com problemas como falta de dinheiro e de comida. Interessa-nos se nós estamos com falta de dinheiro. E sabemos que esse problema é extremamente fútil, pois com certeza gastamos nossos dinheiros com coisas não essenciais. Mas não ligamos, queremos então logo compramos. E então vemos um mendigo na rua, e nem ao menos paramos para pensar se ele almoçou e jantou hoje. Sabem o mais triste? Eu penso. Isso me torna diferente eu acho, porém igual já que não sei o que fazer e não sei se quero fazer algo para ajudar. Acho que quero.

.droga de vida

Não, não sou emo. Não estou aqui para reclamar da minha vida, mas sim para deixar um post sobre as drogas da minha vida [literalmente], e sobre o que cada uma representa para mim...[Para os que costumam julgar com facilidade, leiam a nota final do post, antes de comentar]

Todas as drogas aqui listadas são as que eu já experimentei, e conto somente das minhas experiências com estas, sem partir da opinião de ninguém mais. Onde ouço histórias, ou as palavras não saem de minha cabeça, eu cito.

Maconha (erva, hemp, chá, marijuana, cannabis, cigarro natural, beck, baseado, ...): Fumo de vez em quando, sempre que tenho oportunidade... Apesar de me deixar lesado, e rindo de tudo, é a que eu mais gosto, pelo fato de me deixar pensando sobre tudo, além da felicidade iminente, que apesar de qualquer merda que esteja acontecendo na minha vida no momento, parece ser insignificante, sob o efeito da planta. Nunca comprei, mas ando sempre com colírio, seda, desodorante e cartões de lojas na minha mochila. Antes dos ensaios, depois dos ensaios, festas, bares, Savassi, casa dos outros. Onde tiver, tá valendo. Pesquisei sobre os seus efeitos prolongados e um médico diz que um deles é a diminuição da libido. Um certo amigo meu passou por isso, apesar de não ter sido confirmado que a causa foi a erva, mas ele fumava praticamente todo dia, na época. De uma forma ou de outra, talvez eu tenha passado por isso também, algumas semanas atrás, mas diminuindo a frequência do consumo, não deixou sequelas.

Cigarro (careta, paiol): Não gosto. Mesmo. Fumo quando não tem nada melhor, mas realmente não gosto. Me deixa cansado, não me deixa feliz, não me faz esquecer de meus problemas, dá câncer, vicia [sim, maconha não vicia, não quimicamente, somente psicologicamente], fede a região inteira, dá bafo, destrói a via respiratória, dificultando exercícios físicos e instrumentos de sopro, deixa a língua branca e os dentes amarelos... Sim, não tenho nada de bom para falar do cigarro. Mas fumo. Não sou viciado, não compro, nem aguento um inteiro, mas fumo. E digo: a tendência é aumentar a dose, até eu não conseguir voltar mais. Muito cuidado com essa.

Álcool (...): Vodka, Cerveja, Rum, Cachaça, Vinho Branco, Vinho Tinto, Tequila... sem contar com as inúmeras combinações com outras bebidas e frutas que se pode fazer. Bebo o que me entregarem, mas pouco. Lembro-me de uma vez que passei mal (provavelmente por causa do resto das drogas, e não das bebidas), e apenas uma [não esta última] que eu fiquei bêbado. Não gosto da maioria das bebidas, com ou sem misturas. Mas amo uma cerveja. Cerveja vocês podem colocar na minha frente litros, que eu bebo, com gosto. Como álcool é a mais comum dessas drogas, poucas pessoas têm preconceito e quase todos bebem, acho que posso dar uma pequena dica, sem induzir o seu consumo. Para aqueles que costumam passar mal frequentemente em festas: não misturem bebidas fermentadas [cerveja, cachaça, vinho...] com destiladas [rum, vodka, whisky, tequila...]; não bebam de barriga vazia; e evitem "virar", bebam ao seu ritmo.

LSD (doce, quadrado mágico, ácido): Tomei duas vezes e, sinceramente, não sei se "bateu" ou não. Sei que da primeira vez eu fiquei no chão, olhando para o céu e pensando sobre as coisas mais sem-noção do mundo. Perdi noção do tempo lá. Da segunda eu estava elétrico, e fazendo literalmente tudo que eu queria, até rolando na grama. Mas nada de alucinações. Vendi um e lucrei 10 reais, mas isso não vem ao caso. Apesar de não ter alucinado, e ter me desapontado nesse sentido, senti como se essa droga fizesse como se eu me comportasse como eu mesmo, como sou; sem inibições.

Haxixe (Hash, Racha): Fumei num cachimbo caseiro, de potinho de Yakult. Dizem que é 6 vezes mais forte que a maconha, com o mesmo efeito. Mas, sinceramente, não gostei. Só fiquei com sono, isso se já não estava antes...

Benflogin (remédio para garganta): Não, não é um apelido, é realmente um remédio para garganta, onde, segundo a bula, em overdose, causa alucinações e alterações visuais. Confirmo. Tomei uma vez, demora 3 horas para "bater", dura 12 horas o efeito, você não consegue dormir no meio tempo, fica com intestino ruim e te deixa lesado. Mas, as coisas que você vê, ou pensa que vê... uau! Só não tomo denovo porque passei mal... tenho um trauma com remédios.

Ritalina (remédio para concentração): Diferente do benfoglin, esse não é ingerido. É uma cápsula. Abre-se a cápsula, amassa os sais de remédio, até virar pó e... bem, vocês imaginam. Duas vezes, Na teoria, o efeito é imediato, como uma cocaína mais fraca, te deixa "pesado", "travadão". Não "bateu" também... Mas ficou difícil dormir depois, nas duas vezes.

Loló (lança perfume, carbografite, L.O²): O mais comum de se ver na Savassi. Todos andam com uma latinha de refri meio amassada , levando à boca de vez em quando. Apesar de ser uma droga de criança, considerada como a "brecha" para o resto, foi a última que eu experimentei. Efeito imediato, Te deixa transtornado, sem ligar pro resto do mundo; o mundo parece menor e você maior com essa droga. Depois de algumas puxadas, você ouve um zumbido incessante na sua cabeça, que muda de acordo com o meio que você se encontra. Quanto mais "alternado" o zumbido, maior o seu estado de loucura e maiores as suas chances de você cair no chão, passar mal, ou até ter uma overdose. Cuidado, te deixa lesado eternamente, se usado com muita frequência. É a forma mais fácil de se seguir a filosofia do "fodasse".

Nota final: MEU OBJETIVO COM ESTE POST NÃO É ESTIMULAR, DE FORMA NENHUMA, O USO DE DROGAS!
Conheço suas consequências e implicações, e não desejo nenhuma delas para ninguém.

A não ser que você também planeja se matar aos poucos, sem que seus próximos considerem um suicídio, NEM PENSE em EXPERIMENTAR nenhuma das drogas listadas acima.

Obs¹: prazer, sou um drogado, e não me importo com sua opinião sobre tal. Comente, mesmo assim.
Obs²: EU SEI que nem meus posts nem minha personalidade se encaixa com o perfil do blog. Mesmo assim, não me importo sua opinião. A não ser que o próprio Cappie venha falar comigo sobre isso, continuarei mostrando meu lado mais obscuro - que poucas pessoas imaginam que eu possa ter - para VOCÊS.

Até.

.especial dia das mães


Obrigado por me carregar por 9 meses e me suportar até hoje
"O amor de mãe é o combustível que capacita um ser humano comum a fazer o impossível."

Marion C. Garretty


Meu amor por você é indecifrável, indescritível e indeterminado. Não a tamanho, não a forma, não a cor, não a jeito... Eu simplesmente te amo. Amo seu jeitinho coruja de ficar de olho em mim, amo sua super proteção que nunca quer que eu me machuque, amo seus carinhos e cuidados, amo os seus abraços, amo os meus momentos ao teu lado. Sem contar nos "chiliques" que você da quando eu chego tarde em casa. Ah como eu te amo sua boba, e nunca duvide disso. Não importa o que aconteça, mesmo que eu suma, vá para outro país, me case e tenha filhos, você sempre será MINHA e eu SEU, eu nunca lhe esquecerei, afinal... Você é minha mãe. A mulher que me gerou, me carregou por 9 meses, me pôs nesse mundo, me mostrou o certo e o errado e deixou livre a escolha para qual seguirei. Tu sempre serás a pessoa mais importante da minha vida, sem você não sou nada... Sempre será a mulher a qual pedirei conselhos, aquela que vai me dar as piores broncas e me mostrar o que eu fiz de errado, você sempre será a mulher da minha vida e eu nunca lhe trocarei por nada. Por que tu, só tu minha mãe, sabe a verdade sobre mim, porque só vós é verdadeira comigo e também, porquê sempre confiarei em ti. Rainha dos meus sonhos, desenhista de meu destino, minha psicóloga perfeita, minha melhor amiga! Eu poderia escrever um texto com mais de 100.000 caracteres, mais não mudaria o fato de que não há palavras que resumam o meu amor por você.
Esse texto é dedicado para todas as mães do Brasil e também do Mundo: I♥Mãe

"Deus não pode estar em todos os lugares e por isso fez as mães."

Ditado Judaico

.às três da manhã

“Eu não me importo!” – gritava o rapaz enquanto pegava seu casaco e suas chaves – “Quer saber? Eu estou feliz por deixar você ir!”. A briga entre o casal já acontecia desde cedo, e às 23 horas aconteceu o golpe final. Ambos gritavam, não escutavam o que diziam, só se preocupavam em gritar e falar coisas sem pensar.

Ele saiu apressado e entrou no carro, enquanto a garota fechava a porta violentamente e, chorando, apoiou-se à porta e foi escorregando até sentar-se no chão.

Ao pegar no volante, seu desejo não era ir pra casa, ele estava desorientado. Estava dirigindo por ruas que desconhecia, mas não ligava. “Eu nem ao menos penso nela”, ele pensa. “Eu estou ótimo estando sozinho”.

Depois de duas horas e meia dirigindo sem rumo, ele começa a se acalmar e a pensar melhor. “O que foi que eu fiz?”

“O QUE FOI QUE EU FIZ?”

Ele dá a volta e recomeça seu caminho até a casa de sua namorada, porém sem saber o que fazer. O que ele diria? O que ele faria? Palavras não fariam diferença, principalmente quando elas não significam merda alguma.

Ele chega a casa e pensa em entrar. Mas lembra-se que naquele momento ridículo ele as devolveu. Ele sai do carro, pega o celular e fica embaixo de uma janela, e disca os números de sua garota. Após várias tentativas, ela atende, alterada. – “O QUE É?” – ela grita, de forma chorosa. Ele não sabe o que responder. Está dividido entre a culpa de ter dito coisas horríveis e a dor de ter sido dispensado. Ela havia pedido um tempo. – “Eu... Eu não me importo com as coisas que você faz!” – ele começa a falar, sem saber direito o que fazer ainda. – “Eu vou ficar com você e é assim que a noite vai acabar! Eu e você, juntos!” – Ele escuta, então, a garota rir ironicamente. “O quanto vai demorar para você perceber que nós somos mais do que aparentamos ser?” – ele não escuta nada de volta, porém decide continuar. – “Você, ahm, você, onde você está?” – mais silêncio. Quando ele pensa em começar a falar de novo, ela responde – “Eu estou dirigindo, seu desgraçado!” – Ele nunca havia escutado a garota dizer uma palavra tão pesada. “Olha, são três da manhã... Eu só quero que tudo volte a ser como antes! Volta pra casa, seu carro não v...” – Quando ele é interrompido pela voz raivosa da garota, e o deixa assustado com suas palavras. – Sabe, eu quero que você morra! EU QUERO QUE VOCÊ MORRA! – As palavras da garota foram como um punhal em seu peito, uma martelada em suas pernas e um tiro na cabeça para ele. Ele não sabia o que dizer ou fazer, mas ele não tinha um pressentimento bom. Todos sabem que não devemos dirigir estando alterados, e sejamos sinceros: o carro dela era péssimo. Ele temia pela vida da amada, apesar de suas duras palavras. Ele se sentou à frente da porta e ficou por lá durante a madrugada toda.

Na manhã seguinte, sua namorada ainda não havia chegado. Ele utilizou seu último recurso: a mãe da garota. Ficou surpreso ao ouvir a voz da mãe da garota, que estava aos prantos e completamente desorientada. – “O carro! O carro, um acidente, ela...” – então ele desligou o telefone. Não precisava ouvir mais nada. Ele já sabia. Ela se foi.

(conto baseado na música 3 AM, da banda britânica Busted. É meu primeiro conto, está péssimo, assim como meus primeiros posts. Eu costumava escrever fanfics, mas já faz muito tempo que não escrevo, e não sou lá grandes coisas, pelo que se pode perceber. – mas estou tentando melhorar. É difícil ser a única garota na companhia de dois garotos que escrevem magnificamente, tá? Obrigada, Jay.)

.desmascarando um sorriso

Sempre desconfie das pessoas que riem demais. Isso pode ser apenas uma máscara.


Ela sorri, conta piadas, tem a mesma risada escandalosa e nada parece abalá-la. Seus amigos nem desconfiam das coisas trancadas em sua mente, que a cada dia parecem corroê-la ainda mais. Eles percebem que às vezes ela parece estar “em outro lugar”, mas nem se incomodam. Qual é! É ela! A qualquer momento ela viraria e diria alguma coisa retardada, ou começaria a rir de algo que lembrara. Eles não conhecem uma menina mais “feliz”, idiota, tosca e retardada como ela.

Capaz de dizer as coisas mais idiotas que você já ouviu. A menina também era desastrada e destrambelhada como ninguém. Talvez tenha piorado, mas quem se importa? Ninguém se importa com o que se passa em sua cabeça e ela não deixaria transparecer.

Com o tempo a menina começa a se afastar dos amigos, seu interesse pela escola começa a despencar cada vez mais e ela diz coisas que a fazem parecer assustadora. Na verdade, ela estava assustadora. Olheiras cada vez mais escuras e aparentes, pele pálida, lábios sem vida e olhos vazios. Ela não entende o que se passa com ela, não sabe por que se zanga com um simples “oi”, não consegue se levantar da cama e seus interesses somem.

Ela esconde seus sentimentos, seus pensamentos, tudo parece... Doloroso demais.

Ela não sabe como e porque ficou daquele jeito, e tudo que ela quer é ser feliz.

Ela não quer parecer feliz. Ela quer ser.

Apesar de tudo, ainda pensam que ela ainda é a antiga menina. Ela tem medo e, ao mesmo tempo, se pergunta como não percebem. Algum dia ela seria desmascarada? Ninguém percebe, ninguém a tristeza em seus olhos?


“A felicidade é uma vocação”, disse um filósofo e também um poema de Carlos Drummond de Andrade. E ela realmente começa a pensar que sim.



.her life is already over


Baseado em: 22 - Lily Allen


Vestido dourado com um corte nas costas até a altura das nádegas, o cabelo curto na altura do ombro estava todo despenteado, estava descalça e os passos bagunçados, um ultrapassando o outro. Ela ia entrando no banheiro, o intuito de retocar a maquiagem, na mão direita ela trazia o par de sandálias salto fino, a esquerda vagava sozinha. Ela chorava, parecia que uma nascente caia de seus olhos, as lágrimas eram prestas ▬ por conta da maquiagem ▬ passando por suas bochechas e escorregando por seu queixo, fazendo todo o trajeto. Ela queria sair dali, daquele âmbito de pessoas moribundas, um querendo ser melhor que o outro, um querendo derrubar o outro para se mostrar mais forte, mais se ela sais se... Com Certeza estaria em todos os jornais. Ela tremia de nervoso e raiva e por conta disso, errava toda a maquiagem, estava praticamente com uma boca de palhaço. Combinava com a face pálida que derramava lágrimas de tristeza, naquele momento, nem ela sabia porque estava ali, seus sonhos não eram aqueles. Olhava a sua aliança e o espelho, a sua aliança e o espelho - Fuck ... It no longer matters - E um sorriso de deboche surgiu em seu rosto, futucou mais o estojo e colocou algumas pintinhas pretas na bochecha de seu rosto, para combinar com o resto. Saiu do banheiro, cambaleando, quase caindo. Olhou e viu seu marido, cochichando no ouvido de uma loira dos lábios vibrantes, olhos verdes, um vestido vermelho curto, os cabelos brilhavam junto com as luzes do local, ela era perfeita. Ela gargalhou e andou agora em passo perfeitos até ele, tirou com facilidade o anel do dedo e deixou cair em seu copo de vodka - Se engasgue com suas mentiras... - Ela virou, trombando com a moça e continuou seus passos. Ele gritava o seu nome e ela pouco se importava, agora ela viveria sua vida, já que a sociedade já a condenava, pouco importava. Todos olhavam para ela, ela era a sensação do momento, os olhares acompanhavam cada passe seu, ela ria de deboche, mais ainda chorava. Mais por dentro, era apenas desgosto... As lágrimas desciam involuntariamente, sem fazer nenhum barulho, eram silenciosas, a pior dor possível, a que não tem com quem desabafar. Ela não tinha amigas, muito menos amigos, era só ela e ela. Rouba uma taça de champanhe da mão de alguém e deu dois goles, o resto ela jogou para trás, estragando os vestidos das madames e por consequência, seus cabelos escovados e alisados também. Ela apenas ria por fora, debochadamente, como se não tivesse coração, como se fosse fria por dentro. Mais era o contrário, ninguém ali imaginava a dor que ela sentia, ela sentia os flashs em sua direção e ao chegar a porta final, virou com a face mais que molhada, os lábios num sorriso fulminante. Levantou a mão e esticou o dedo de meio, sorrindo para os fotógrafos. Irônica. Deu meia volta, saindo do local, saindo dali, ela ia para sua área, onde era bem tratada: a rua. Sim, a rua... Lá ninguém a conhecia por ser mulher de um tal homem famoso, ela era apenas ela... Podia ser livre, tomar um porre, beber, dançar, ser feliz. Coisa que ela não era ao lado dele. Os fotógrafos vinham atrás dela, junto com os paparazzi, os flash atrapalhavam um pouco sua visão. Ela encontrou um mendigo, jogando na porta de uma loja de doces. tirou de sua bolsa duas notas de cem e colocou no potinho de arrecadação dele - Venha dançar comigo! - Chamou ela, já drog da vida e pouco se lixando para o mundo. Naquele gesto ela mostrou igualdade, mostrou que nem todos precisam ser bonitos ou ricos para serem boas pessoas, mostrou o conceito que a sociedade não enxerga, mostrou que ela não é uma louca desvairada, mais sim, uma louca desvairada com dinheiro e que sabe dançar. Largou-o ali, meio tonto ainda com as giradas e ela que transbordava álcool nem um pouco tonta estava. Agora só restaram mesmo os paparazzi, que tiravam fotos. Esses mosquitos não cansam? As lágrimas que antes desciam de seu rosto? Só haviam ficado as marcas. Nesse momento ela sorria, estava livre, longe de casa, ela seria ela mesma... Mesmo que seja por uma só noite. Ela sairia a errada mesmo, como sempre, a culpa cairia sobre ela... O que custava ela realmente fazer coisas erradas e esquecer o mundo? O mundo já havia esquecido dela a muito tempo, culpa da sociedade.

"It's sad but it's true how society says
Her life is already over
There's nothing to do and there's nothing to say
Til the man of her dreams comes along picks her up and puts her over his shoulder
It seems so unlikely in this day and age"

Clique aqui e ouça a música, e também veja sua tradução.

.a princesa que se tornou plebéia

Todos que tem, pelo menos um pouco de conhecimento sobre anatomia humana, sabe que um coração não pode ser quebrado. Sabemos que ele pode apenas ser esmagado.


Eu não sei a minha história, minha vida sempre será um mistério pra mim, principalmente seu início. Meus pais nunca se casaram e quando nasci, eles já se odiavam. Eu cresci odiando meu pai, e não dando a mínima para a mulher que me pariu.
Fui criada por meus tios (irmãos de meu pai) e por meus avós paternos, e isso nunca me afetou em nada.

Em 1999, meu avô faleceu. Ainda me espanto quando contam coisas sobre seu passado, eu quase não acredito que aquele senhor que me amava tanto pôde ser tão cruel. Dizem que o meu nascimento o mudou. É algo que nunca vou saber, eu tinha apenas cinco anos quando ele se foi.
Em 2002, minha tia se casou. Eu senti a falta dela, mas ainda tinha a minha avó e meu tio. Eles eram o bastante para mim.
Eu era uma princesa, uma menina incrivelmente fresca e mimada, não tinha modéstia alguma e magoava as pessoas sem perceber. Eu sempre pensei que fosse ingenuidade, mas já ouvi tanta coisa que me faz pensar: talvez eu sempre tenha sido uma menina má.
Porém, em 2007, meu conto de fadas foi interrompido bruscamente por uma tragédia que tirou meu chão, e até hoje tenho dificuldade e pareço não tê-lo encontrado ainda.
Num dia, estava ele prometendo voltar para vermos um filme que estrearia no dia seguinte e, no tão esperado dia seguinte, estava eu encarando um caixão.
Foi o início de uma série de problemas. Comportamentais, mentais, o que você imaginar aconteceu. Ou quase tudo, porque ainda não perdi totalmente o juízo.
Noites em claro, dias sem falar, dificuldade para se alimentar.
Eu me achava forte. Eu passava a imagem de segurança e força, “eles nunca me verão cair”, era o que eu pensava. Ainda penso.
Como num filme, livro ou novela que, segundo alguns, ainda não acabou, pois ainda não teve um final feliz. Mas é só eu voltar um pouquinho no tempo, ver a história de meu tio, e posso concluir: Nem todas as histórias tem um final feliz.
Pessoas sem caráter, um amadurecimento precoce, um sofrimento também precoce, uma adolescente dopada, sem sonhos e que perdeu o dom da imaginação.
A princesa se tornou uma plebéia.